01 julho 2009

 


A salvação pela linha de comando

Depois da epopéia da atualização do meu Ubuntu (do 8.10 para o 9.04), usufruí o novo sistema operacional por algumas semanas e, nesse período, fui descobrindo que a versão 9.04 utilizava menos o meu processador (Pentium 4 HT, de 3,06 GHz) e lidava melhor com a parte gráfica no meu computador. Com o Ubuntu 8.10, por exemplo, eu não conseguia usar os efeitos mais elaborados do Compiz, especialmente os efeitos em 3D (era muito frustrante não poder girar o cubo tridimensional das áreas de trabalho!). No 9.04, porém, fui descobrindo que efeitos mais elaborados eram suportados e comecei a mexer nas configurações do Compiz. Eis que, durante a exploração das configurações, mexendo e testando os efeitos que me interessavam, a interface gráfica do Ubuntu sofreu uma pane: qualquer ação (abertura de janela, abertura de menu, seleção com o mouse, aviso do sistema, etc.) que devesse aparecer na tela era mostrada apenas como área preta. As janelas e os menus que eu abria eram retângulos pretos e inertes. Ao selecionar parte da área de trabalho como mouse, a parte selecionada ficava preta. O pior é que as partes pretas não podiam ser removidas e assim iam tomando a tela. A solução foi desligar cegamente o computador: apertei o botão de energia e esperei o desligamento automático após 60 segundos.

Religuei o computador e o problema permaneceu: após o login, durante as últimas partes do carregamento do Ubuntu, vários retângulos pretos (correspondentes aos vários serviços que estavam sendo carregados, iniciados e executados) apareceram na área de trabalho. E qualquer tentativa de realizar qualquer ação pela interface gráfica resultava em mais partes pretas na tela do computador.

Tentei reparar o problema por meio do recovery mode e não obtive nenhum resultado satisfatório.

A solução? Carreguei o Ubuntu 9.04 em failsafe mode e, por comando em linha, instalei o KDE no Ubuntu. A interface gráfica do KDE (que não tinha sido afetada pelas configurações do Compiz no GNOME) funcionou perfeitamente e usei o meu novo Kubuntu (KDE instalado no Ubuntu) sem nenhum problema. Depois de algum tempo, resolvi retornar para o GNOME, porque (é uma questão de gosto) não me sinto muito confortável com o KDE. Para tanto, desinstalei por completo (purgando os arquivos de configuração) os pacotes do Compiz, apaguei manualmente os arquivos de configuração do Compiz que, mesmo após a desinstalação completa, permaneceram gravados no /home, e finalmente reinstalei os pacotes do Compiz que o Synaptic me recomendou. Após esse breve procedimento, religuei o computador e carreguei o Ubuntu (com GNOME): tudo funcionou como se nunca tivesse havido nenhum problema com a interface gráfica do GNOME.

Talvez bastasse alterar os arquivos de configuração do Compiz gravados no /home. Para os leigos (como eu), talvez bastasse apagar esses arquivos. Por cautela e precaução, resolvi desinstalar o Compiz e então apagar essas configurações, antes de reinstalar os pacotes necessários. Talvez tenha sido excesso de cautela, mas, para um leigo usuário de Linux, funcionou perfeitamente.

Apesar de eu ter usado linha de comando para instalar o KDE e assim iniciar o meu salvamento, o procedimento de recuperação foi bastante simples. Além de conhecer o comando que deveria ser usado para instalar o KDE (um simples apt-get install que, por uma questão dogmática deste blog (conforme declarado na primeira postagem), não será transcrito), o conhecimento demandado pelo procedimento foi relativamente pequeno: saber instalar e desinstalar pacotes, e conhecer a mera existência de arquivos de configuração dos aplicativos no /home.

Se uma pane dessa natureza (configurações da interface gráfica incompatíveis com o hardware do computador) ocorresse num Windows (inviabilizando o uso da interface gráfica), não sei como poderia ser solucionada e acredito que a solução demandaria mais tempo e conhecimento do que o tempo e conhecimento dispendido no meu Ubuntu.

 

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