01 setembro 2010

 


Ubuntu Mentolado

No começo deste ano, tomei uma decisão radical e sem volta: formatar o HD do meu computador (apagando a partição do Windows XP que ainda restava) e instalar uma nova distribuição de Linux.

Eu já usava Ubuntu (que foi o resultado de uma longa saga). O Linux Mint me foi muito bem recomendado. Testei o Linux Mint no LiveCD e gostei do que experimentei. Logo fiz cópia dos meus arquivos pessoais em pendrive, formatei o HD, e instalei o Linux Mint 8.

De fato, o Mint é um Ubuntu com melhorias. Não são melhorias estruturais: são funcionalidades acrescentadas ao Ubuntu que, juntamente com alterações cosméticas, facilitam um pouco a vida do usuário leigo.

Além de um tema gráfico mais refinado do que o tema do Ubuntu 9.10, o principal destaque do Mint 8 é estar pronto para uso logo após a instalação (out of the box). Ele possui por padrão codecs e plugins que, por estarem legalmente protegidos por patentes restritivas, não são incluídos na instalação padrão do Ubuntu. Para o usuário leigo, isso facilita muito o uso do computador, pois não é necessário acrescentar nada para que sua máquina realize funções ordinárias e rotineiras (reproduzir conteúdo em Flash ou MP3, por exemplo).

Outro destaque do Mint é o menu da barra de tarefas, que é mais funcional e eficiente do que o menu padrão do Gnome (usado pelo Ubuntu).

Talvez sentindo a defasagem e a obsolescência (e, segundo alguns usuários, a feiúra) do tema gráfico do Ubuntu, sua equipe de desenvolvimento implantou significativas mudanças no tema do Ubuntu 10.04, inclusive com a criação de nova tipografia e a reelaboração do logotipo. Ainda não o testei, mas, de fato, pelas capturas de tela que já vi, me parece bem melhorado, fazendo frente inclusive ao tema do Mint.

Talvez o Ubuntu esteja sentindo o crescimento do Mint, que ultimamente costuma freqüentar a 3ª posição na classificação do DistroWatch (com Ubuntu em 1º). O Ubuntu é a distribuição mais bem sucedida entre usuários leigos e o Mint parece ameaçar essa posição. Por causa do crescimento do Mint e da boa recepção do Windows 7 (que acabou com a agonia que o Windows Vista provocou na Microsoft), é possível que os desenvolvedores do Ubuntu estejam buscando mais efetivamente melhorias que destaquem o Ubuntu em relação ao Windows e a outras distribuições de Linux. Ao que parece, Mark Shuttleworth entrou de fato na corrida dos sistemas operacionais pela preferência do usuário, contrariando a postura tradicional dos desenvolvedores de Linux, que normalmente dão pouca atenção ao interesse do grande público por novidades.

Em princípio, a concorrência entre Ubuntu e Mint é benéfica a todos, principalmente porque o Mint é uma derivação do Ubuntu e, sem o Ubuntu, o Mint não existe. Assim, melhorias no Ubuntu implicam melhorias no Mint. E as melhorias próprias do Mint impulsionam o Ubuntu a superar-se a cada nova versão.

 

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